24 maio, 2014

The Black Keys - Turn Blue (2014)


Nota: 5,8



Eduardo Kapp






Pra uma banda que sempre apostou nos mesmos elementos e fez seu nome em cima disso, algo deu errado nesse álbum que foi lançado na semana passada.

Sendo um duo, sempre foram aquele som ~vintage, emulando um pouco dos """clássicos""" (blues rock, garage rock) e colocando muito soul nas músicas. Isso deu certo principalmente nos primeiros álbuns ("Thickfreakness" e "Rubber Factory"), o que os trouxe pra um público muito maior de 2008~2009 pra cá. Provavelmente porcausa disso que surgiram os famosíssimos "Brothers" e "El Camino", que não são ruins, mas com toda a certeza mudaram pra se adaptar ao público maior.

O mesmo vale para o novo álbum, "Turn Blue", que assim como o "El Camino", teve uma parceria com Danger Mouse (aquele multi-instrumentalista e produtor bizarro que faz parcerias com todo mundo). O álbum foi gravado durante a tour do álbum anterior, e em dois estúdios diferentes. A banda ia pro estúdio sem ter escrito músicas, e passava o dia todo lá até "alguma coisa sair". Essa é exatamente a vibe desse disco: um monte de coisas jogadas no liquidificador.

Mais efeitos, mais instrumentos, mais vocais, mais layers, mostram que de alguma forma eles tentaram inovar sua sonoridade, o que é de se apreciar. Tem muita aproximação com psicodelia, um feeling de tristeza geral, menos apostas em singles e  mais um investimento no álbum como um todo.

O problema é que eles simplesmente não souberam lidar com as novas possiblidades criadas por esses elementos. A maioria das músicas se perde em meio ao seus próprios sons, falta alguma energia. Tem muitos sons que não adicionam nada às músicas, os synths de fundo, os riffs que imitam o vocal.

Não é de todo ruim, mas não é nem um pouco interessante. "Year In Review" é tipo um sample do álbum inteiro: fica na mesma linha de baixo o tempo todo, tem aqueles montes de instrumentos de fundo, que não melhoram em nada a música e parece levar uma eternidade pra acabar.

A melhor música é justamente o único momento em que a banda conseguiu equilibrar os instrumentos e não drenar toda a energia com um monte de sons diferentes: "Weight of Love".

Eu realmente espero que eles levem esse álbum como, sei lá, uma ~experiência e sigam adiante nas novas áreas que eles entraram. E, claro, que parem de imitar os White Stripes. Até lá, pode usar o "Turn Blue" pra vegetar, porque não tem nada de mais nesse disco.

Onde ouvir: http://www.youtube.com/watch?v=ROiLUkgZDv4


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