Sempre admirei o Vanguart pelas letras profundas, toques de
poesia e lirismo nas suas músicas, tudo isso combinado a um folk rock de
primeira. Essa é a definição geral pra uma banda que é divida em 3 fases, ao longo
dos seus 3 álbuns de estúdio. Podemos definir um como a sequência do outro,
cada um num estado emocional diferente e com uma musicalidade característica,
dando a impressão de que nos é contato uma ‘evolução’ da banda.
Ian Tambara
Vanguart (2007)
Nota: 7,5
O primeiro álbum traz consigo o folk rock em produções de
estúdio independentes. Gravado na terra natal dos músicos, Cuiabá, o álbum
possui um caráter mais melancólico, misturando o folk com o country (o exemplo
mais claro é a música “Hey Yo Silver”) em músicas que aliam a melodia e a letra
para tornar deste, o ‘mais fossa’ dos três discos. Em uma análise geral, é
ótimo para se ouvir quando se está desiludido e desacreditado com tudo e todos,
como em “Para Abrir Os Olhos”, ou na mais conhecida da banda, “Semáforo”,
restando apenas a solução em sair pra encher a cara e voltar só no outro dia,
como em "Cachaça". Além disso, o álbum traz uma mistura de músicas em
português, espanhol e inglês.
Boa Parte De Mim Vai Embora (2011)
Nota: 8,5
Depois de concorrem a prêmios no VMB e Prêmio Multishow, os
cuiabanos chegam com tudo em um grande disco. Junto com eles, vem a figura que
diferencia o som da banda: Fernanda Kostchak aparece com o seu violino em
praticamente todas as músicas do novo álbum. Mantem-se o folk, apesar de os
membros da banda não gostarem de ‘rotular’ o seu estilo.
“Acho que esse disco novo traz a gente mais velho, sabe,
mais maduros [...]” disse Hélio em entrevista à Rolling Stone Brasil. Assim
como o amadurecimento, o segundo disco traz uma “ressaca amorosa”, como se as
letras sugerissem a superação dos obstáculos e desilusões citadas no primeiro
álbum e mostrassem (mesmo que ainda de forma melancólica) uma certa esperança,
em músicas como: “Mi Vida Eres Tu”, “Se Tiver Que Ser Na Bala, Vai.” ou “...Das
Lágrimas”. Um álbum com letras e melodia muito bem trabalhadas e produzidas que
lhes renderam o prêmio de melhor banda do VMB de 2012.
Muito Mais Que O Amor (2013)
Nota: 6,5
E aí vem o terceiro álbum. Já mais “calmo” se comparando aos
outros, é um disco diferente. Agora a melancolia é deixada de lado, e o triste
som do violino perde espaço para os alegres e aconchegantes (às vezes até
irritantes) clarinete e bandolim. Com letras e melodia mais animadas, “Muito
Mais Que O Amor” traz a paixão, o amor e a felicidade atrelados e faz com que o
álbum torne-se muito mais comercial. Não é a toa que em 2013 “Meu Sol” fez parte
da trilha sonora da novela “Além do Horizonte.” Em resumo, não trata-se de um
álbum ruim, ao contrário disso, é apenas a prova de que a banda amadureceu e
provou que tem capacidade para construir trabalhos diferentes e, mesmo assim,
manter o bom nível.
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