04 agosto, 2014

Com Truise - In Decay (2012)

Nota: 6,8






Eduardo Kapp





Tudo bem, ele podia ter um nome melhor, ou podia ter tentado algo mais ambicioso, como o último full-lenght, Galactic Melt, mas a questão é que esse álbum foi muuuito aguardado. E aqui, Seth Haley (Com Truise) preferiu jogar safe. E deu certo.

Já conhecido faz alguns anos, não só pelo seu trabalho solo mas também pelas participações e remixes com vários artistas mais conceituados (Neon Indian, Daft Punk, Tycho, etc), Haley é, além de um 80's-underground-revivalist, uma pessoa obcecada por sons visuais. Digo, quem é que vai discordar que o som aqui não é muito, se não extremamente condizente com a capa? Como algo conceitual,  numa linha tênue entre imagens e atmosferas criadas por sintetizadores analógicos, batidas reverberadas e isso sem falar das linhas de baixo.

Só me incomoda um pouco o fato de que, se alguém vai recriar uma atmosfera de algo que já passou e pretende lançar esse trabalho, devia ao menos adicionar algo mais interessante, algum tipo de diferencial, ou se não, porque eu escolheria ouvir um revivalista à alguém da própria época? E embora nesse disco muitos sons sejam interessantíssimos e muito bem produzidos (sério, a produção aqui está impecável), quem é que não vai perceber a falta de ideias pra beats diferentes ou algum outro timbre no synth? Bem repetitivo.

O que salva, são as músicas que apresentam esse diferencial. "Controlpop" tem uns timbres muito legais, e a beat muda bastante, é mais experimental. As linhas de baixo de "Smily Ciclops", ou a mais instrospectiva "Closed", encerrando o disco?

Mas se você não focar muito em originalidade ou tentar comparar com nomes mais antigos (e enormes, vide Depeche Mode ou Kraftwerk) e gosta daquela coisa synthpop, chillwave, com sons analógicos e tudo, vai gostar muito da maioria das músicas. As batidas são elegantes, muito bem marcadas e respiram muito bem. Sem falar dos sons meticulosamente organizados, cada detalhe é perceptível e parece estar no lugar certo, tanto em questão de volume quanto de coesão entre si. Não é a toa que o gênero representa muito bem boa parte de toda a cena indie dance e etc. Pode não ser o melhor trabalho de Seth, mas ainda sim é respeitável.

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