27 agosto, 2014

Temples - Sun Structures (2014)

Nota: 5,5







Eduardo Kapp





Temples é aquela banda que era, de certa forma,  conhecida pelo single "Shelter Song" que já existia desde 2012. Essa música tinha quase todos os elementos sessentistas possíveis: as guitarras Rickenbacker num estilo Jangle-Pop, sintetizadores, a bateria característica do psico-pop e isso sem falar dos vocais. Se isso é bom? Não vejo porque seria ruim. Isso gerou uma promessa entorno da banda, de que quando lançasse o álbum seria algo absurdamente anos 60 só que: novo.

Tem essa coisa entre os revivalistas. Existem aqueles que são muito bons quando se trata de realmente reviver os sons da famosa década mas não trazem nada de novo, e existem aqueles que usam esse revival mais como inspiração do que como objetivo. Ou seja, não é que todo revivalista seja ruim (longe disso, ainda mais na cena atual, onde tem gente revivendo tudo), mas muitos deles não trazem nada de novo e acabam sendo desnecessários ou até entediantes, se o ouvinte pode simplesmente ouvir as bandas que os inspiraram, ao invés deles.

Eis que em fevereiro desse ano é lançado (finalmente) o Sun Structures, primeiro álbum da banda. Demorei alguns dias pra ouvir ele, com medo de me decepcionar com todo o hype que assombrava o disco. Foi em vão.

Afinal, será que eles só conhecem esse mesmo estilo de ritmo? Esse mesmo timbre o tempo inteiro? É algo interessante nas primeiras 3 músicas, só que depois tu percebe que é só isso mesmo. Digo, não é como se soasse ruim, mas não tem nada de mais, é só uma cópia fiel ao The Byrds, ou ao Electric Prunes. E é dum jeito tão escancarado. Parece que tem muita coisa que saiu errado ou faltou esforço por aqui.

Até a tracklist ficou ruim. Todo mundo sabe que a faixa-título não era a certa pra vir depois do single (que foi a primeira faixa, talvez também imitando como era nos anos 60). As músicas são bem simples, numa aposta bem pop, e quando ficam mais elaboradas parecem confusas, parece que falta algo. Os melhores momentos do álbum são, basicamente, quando eles esquecem um pouco a coisa sessentista toda e produzem algo mais original (mesmo que medíocre), ou nas músicas em que os instrumentos parecem coexistir, respirar melhor. Nesse sentido, "Colours to Life", "Fragment's Light" e a catchy "Mesmerize" dão conta de chamar a atenção.

De qualquer forma, não dá pra falar mal da sonoridade por si só, que ficou muito bem produzida. Tem alguns momentos em que dá pra curtir bastante os sons vintage aqui colocados. O problema é que, não tem nada de novo. E ah, parem de dizer que essa banda é parecida com Tame Impala, isso é um desaforo pros caras que realmente inovam (hue).

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