16 outubro, 2014

Ed Sheeran - X (2014)

Nota: 5,9






Fernanda Rodrigues






Lá vem o cara best friend da Taylor Swift e compositor de algumas músicas do One Direction: Ed Sheeran, com seu segundo álbum de estúdio X (lê-se "multiply"). Não foi a toa que eu coloquei primeiro as suas amizades: por mais que se tente, é quase impossível ver a identidade marcada de Ed em suas músicas. Enxerga-se muito mais outros artistas em seus versos do que o próprio autor.

Comecemos por Sing: provavelmente a maior aposta do álbum (e, mesmo assim, apenas a terceira faixa), foi uma composição feita em conjunto com Pharrel Williams (o cara de Happy, a música que a gente não aguenta mais ouvir nas rádios e propagandas) e visivelmente inspirada em Justin Timberlake. É a que mais parece caracterizar Ed Sheeran, uma vez que músicas pops não costumam valorizar tanto o violão como ele faz, mas também lembra apenas mais uma música que fará sucesso em um ano e no próximo já será águas passadas.

One, que foi a escolhida para abrir o álbum, é uma das várias baladas românticas que o cantor escolhe para fazer parte do seu lançamento, mas está entre as mais paradas e comunzinhas, o que não parece ter sido uma boa jogada. Se não fosse por Sing, e se a maioria das pessoas resolvesse escutar o disco somente pela primeira música, o respaldo do disco não teria sido o melhor dos sucessos. 

O que se pode ver, porém, a partir de músicas como Don't (aqui cabe citar que as más línguas dizem ter sido inspirada na traição de sua ex, Ellie Goulding), Runaway e Take It Back (presente na versão deluxe) é que Ed se arrisca a misturar ao pop, o R&B, hip hop e country, o que poderia até ser um diferencial para o álbum, se as outras músicas não lembrassem constantemente Over Again e Little Things, de One Direction, ambas compostas por Sheeran. 

É claro que não há problema nenhum em compor músicas para outros grupos, muitos cantores fazem (ou fizeram) isso durante suas carreiras, mas é preciso que, na hora de lançar seu próprio álbum, os compositores mostrem quem eles são de verdade e ~pra que eles vieram ao mundo. X pode sim ser considerado um amadurecimento do cantor em relação ao seu disco anterior, de nome + (lê-se "plus"), mas está mais para um pé em falso que ele deu dentro do cenário musical do que uma pisada firme que ele poderia te dado dizendo "eu sou Ed Sheeran e cheguei para deixar minha marca", e não apenas para ser mais um cantor de meia-estação.


Ele já possui cabelo ruivo e olhos azuis, o que o torna muito mais fácil de se reconhecer dentre os demais artistas (“alguém aqui conhece alguma música do cantor ruivinho britânico?”), mas já está na hora de se saber seu nome e sobrenome. Depois de fazer várias aberturas de show para sua best Taylor Swift e cantar um dueto com a mesma, estamos no aguardo para encontrar um Ed Sheeran independente e que não precise ter seu nome relacionado a outro cantor ou trilha sonora de algum filme (tudo bem que não foi qualquer filme, afinal ele tem uma música em Hobbit e outra em A Culpa É das Estrelas, mas vocês entendem o que eu quero dizer). Enfim, obrigada pelas músicas que vão embalar esse verão, Ed, mas tenha a certeza de que esperamos uma dose mais marcante e influente de pop para a próxima.

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