Nota: 5,9
Fernanda Rodrigues
Lá vem o cara best friend da
Taylor Swift e compositor de algumas músicas do One Direction: Ed Sheeran, com
seu segundo álbum de estúdio X (lê-se "multiply"). Não
foi a toa que eu coloquei primeiro as suas amizades: por mais que se tente, é
quase impossível ver a identidade marcada de Ed em suas músicas. Enxerga-se
muito mais outros artistas em seus versos do que o próprio autor.
Comecemos por Sing: provavelmente a maior
aposta do álbum (e, mesmo assim, apenas a terceira faixa), foi uma composição
feita em conjunto com Pharrel Williams (o cara de Happy, a música que a gente não aguenta mais
ouvir nas rádios e propagandas) e visivelmente inspirada em Justin Timberlake.
É a que mais parece caracterizar Ed Sheeran, uma vez que músicas pops não
costumam valorizar tanto o violão como ele faz, mas também lembra apenas mais
uma música que fará sucesso em um ano e no próximo já será águas passadas.
One, que
foi a escolhida para abrir o álbum, é uma das várias baladas românticas que o
cantor escolhe para fazer parte do seu lançamento, mas está entre as mais
paradas e comunzinhas, o que não parece ter sido uma boa jogada. Se não fosse
por Sing, e se a maioria das pessoas
resolvesse escutar o disco somente pela primeira música, o respaldo do disco
não teria sido o melhor dos sucessos.
O que se pode ver, porém, a
partir de músicas como Don't (aqui
cabe citar que as más línguas dizem ter sido inspirada na traição de sua ex,
Ellie Goulding), Runaway e Take It Back (presente na
versão deluxe) é que Ed se arrisca a misturar ao pop, o R&B, hip hop e
country, o que poderia até ser um diferencial para o álbum, se as outras
músicas não lembrassem constantemente Over
Again e Little Things,
de One Direction, ambas compostas por Sheeran.
É claro que não há problema
nenhum em compor músicas para outros grupos, muitos cantores fazem (ou fizeram)
isso durante suas carreiras, mas é preciso que, na hora de lançar seu próprio
álbum, os compositores mostrem quem eles são de verdade e ~pra que eles vieram
ao mundo. X pode sim ser considerado um
amadurecimento do cantor em relação ao seu disco anterior, de
nome + (lê-se "plus"), mas está mais para um pé em falso
que ele deu dentro do cenário musical do que uma pisada firme que ele poderia te
dado dizendo "eu sou Ed Sheeran e cheguei para deixar minha marca", e
não apenas para ser mais um cantor de meia-estação.
Ele já possui cabelo ruivo e
olhos azuis, o que o torna muito mais fácil de se reconhecer dentre os demais
artistas (“alguém aqui conhece alguma música do cantor ruivinho britânico?”),
mas já está na hora de se saber seu nome e sobrenome. Depois de fazer várias
aberturas de show para sua best Taylor Swift e cantar um dueto com a mesma, estamos
no aguardo para encontrar um Ed Sheeran independente e que não precise ter seu
nome relacionado a outro cantor ou trilha sonora de algum filme (tudo bem que
não foi qualquer filme, afinal ele tem uma música em Hobbit e outra em A Culpa
É das Estrelas, mas vocês entendem o que eu quero dizer). Enfim, obrigada pelas
músicas que vão embalar esse verão, Ed, mas tenha a certeza de que esperamos
uma dose mais marcante e influente de pop para a próxima.
Onde ouvir: http://www.youtube.com/watch?v=UkP4BfZGk4c
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